quinta-feira, 19 de maio de 2011

Os amigos que se tornam anjos: João Guilherme.

Não sei pra onde você se foi, não sei o que você pensa agora, não sei quantas vezes estivemos juntos, não sei se estaremos juntos novamente, creio que sim, não sei porque aconteceu, não posso entender. A natureza é um devaneio, os filhos dela, por vezes, insensatos. Umas estrelas apagam e permanecem vivas, sem rumo, sem razão, servindo apenas as trevas, já outras brilham demais e têm seu brilho roubado pelas estrelas apagadas. Toda vez que uma estrela muito brilhante se apaga, tem seu brilho subtraído, é um pouco de sangue que para de bombar em nossos corações, nos corações dos que recebiam a luz daquela estrela e sentiam a felicidade daquele sorriso invadir suas almas. Nenhuma injustiça é passível de entendimento, somos sensíveis, indefesos e sucumbimos, de verdade, diante da fatalidade, do iníquo, da crueldade, de tudo que julgamos errado e totalmente injusto, mas - sendo a vida e a natureza um turbilhão de sensações e ações aleatórias - temos que levar adiante o que restou e fazer a estrela brilhante garantir seu espaço no hall da imortalidade e sei que nenhum de nós - desses que amaram o brilho da estrela - deixamos apagar essa chama em  nós, essa luz, essa lembrança que vai ficando vaga com o passar dos anos, porém, também mais valiosa a cada dia. O nosso amigo João Guilherme é eterno porque deixou em nós suas ambições e a certeza de que viver sempre valerá a pena.

"O mal, é evidente, não ficará sem castigo, mas a geração dos justos é livre." (Provérbios 12:21)

Sinceramente,

Rodrigo Seledon.

domingo, 1 de maio de 2011

Platonismo

Vê, ainda, que consigo está ausente
Já não se acompanha, nem se compreende
Vez ainda, está presente: para aqueles que deixara emaranhar
nos fios destes teus cabelos negros, Eva serpente.

Porque eles não te esquecem: te odeiam e desprezam.
Mas desmanchariam todas suas rezas -e promessas-
Por teu retrato: teu sorriso falso
e tua fugaz companhia.
Aufeririam máscaras, para combinar com as tuas.
E chorariam novamente...
Após conseguirem teu desprezo e
tua covardia.

Também covardes se camuflariam: de inocência. E maldiriam ao mundo a essência que não conseguiram possuir.

Mas continuariam com a sua janela aberta,

E te esperar em noites,
Serão seus dias.