domingo, 31 de outubro de 2010

O futebol de domingo sem futebol.

Acostumado ao futebol no domingo após aquele almoço pesado e a soneca da tarde. Assim como tantos, eu sou um escravo dessa rotina.
Mas hoje vivemos a tal festa da democracia, direito que devemos aclamar e cumprir na sua plena forma.
Mas por estarmos numa democracia nova, ainda engatinhando nos sentidos que essa palavra possa ter, podemos criar falsas expectativas e falsos sentimentos quanto aos resultados que as eleições tiveram e às conseqüências que os mesmos nos levarão.
Como num domingo de futebol onde seu time perde para o maior rival, as gozações chegaram através de SMS, e-mails, telefonemas, sem falar nos scraps no Orkut e as DMs no Twitter. Acredito que não saio perdedor por ter votado no José Serra, assim como quem votou na Dilma Rousseff não é vencedor de coisa alguma.
Torcemos todos para o mesmo time nesse jogo, as mudanças pro bem ou pro mal serão sentidas por todos nós. Em casos isolados algumas camadas podem ou não serem afetadas com a mesma intensidade, mas no geral, estamos na mesma arquibancada.
A candidata do PT veio muito bem amparada em oito anos de um governo assistencialista que olhou como nunca para os mais pobres e para as regiões pobres. Acredito que a forma dessa assistência tenha sido errada, mas o resultado fora bom. Ainda não temos a questão do peixe e da pescaria resolvida, mas muita gente já tem alguma luz no final do túnel.
O candidato do PSDB apesar de sua experiência comprovada com bons projetos que atendem os mais pobres (FAT e Genéricos) não soube, aliás, não teve estratégia alguma de campanha. Um primeiro turno com a fracassada tentativa de se mostrar mais Lulista que a própria candidata Petista e um enorme esforço de ter uma origem pobre para apresentar, mostrando fotos de seus pais... O segundo turno fora lamentável, com as denúncias forjadas, fatos maquiados e os medos que ainda assolam esse país, como aborto, união entre homossexuais, etc.
Essa tentativa de decidir as eleições no altar foi o grande erro da candidatura tucana, onde pastores, padres pregavam nos cultos e missas o medo à candidata petista. Paróquias imprimindo panfletos mentirosos com o dinheiro do dízimo; vídeos e e-mails com teorias alucinadas, etc. A Dilma se fortaleceu aí.
(...)
Assim como muitos de vocês, não fui atendido por qualquer programa do Governo Lula. Sempre tive que batalhar e trabalhar pra ter as coisas; nunca passei fome ou necessidades, mas não sou de um berço farto de oportunidades. Quem teve esse berço não é melhor nem pior que eu, já que estamos na mesma arquibancada e torcendo pro mesmo time em campo.
Acredito que essas eleições separaram mais ainda o país, onde os pobres votaram pela permanência do PT com o medo de suas oportunidades serem cessadas por um novo governo, enquanto que os ricos ou menos pobres votaram na crença de uma melhora para as suas vidas.
Hoje temos um partido de centro-esquerda, um de centro-direita e uma esquerda alucinada com seus salários de R$ 2.500,00 e “trabalho, salário e terra”.
O que nos falta hoje é uma direita atuante, livre de xenofobias, conservadorismos, um grupo que se una pelo país em sua totalidade.
Mas isso é pedir demais.

Um comentário:

Rafael disse...

curti reinaldao.. parabens...